Imaginem um mundo onde 5,41% dos jovens entre 15 e 24 anos estão viciados numa substância que altera o cérebro1. Não, não é sobre cigarros.
Estamos a falar de redes sociais tóxicas, o novo vício do século XXI. Estas, tal como o cigarro, podem ser perigosas para a nossa saúde. Com cerca de 4720 substâncias tóxicas2, as redes sociais afectam a nossa saúde mental digital.
A dependência das redes sociais é agora um problema global. Tem um forte impacto na forma como vivemos diariamente. Com o passar do tempo, as redes sociais tornaram-se muito populares, especialmente entre os mais jovens.
Usar muito estas plataformas pode causar problemas de saúde mental. Entre esses problemas estão a ansiedade e a depressão, que são semelhantes aos causados pelo tabaco.
Os jovens são especialmente afectados pelo uso excessivo das redes sociais. Eles são influenciados pelos amigos e veem muitas – demasiadas- coisas através da internet.
Assim como a indústria do tabaco aponta a mira aos jovens para continuar a crescer, as empresas de redes sociais fazem exactamente o mesmo. Elas querem manter os utilizadores permanentemente ligados sem prestarem atenção aos seus efeitos negativos2.
Principais Conclusões
- As redes sociais tóxicas são comparáveis ao vício em cigarros
- O uso excessivo pode levar a problemas de saúde mental
- Os jovens são particularmente vulneráveis à dependência das redes sociais
- As estratégias de marketing das redes sociais assemelham-se às da indústria do tabaco
- É necessária uma maior consciencialização sobre o impacto das redes sociais na saúde mental
A Ascensão das Redes Sociais Tóxicas
O uso de redes sociais tóxicas está a aumentar, preocupando muitas pessoas. Estas plataformas, que eram para ligação puramente social, agora podem fazer mal à nossa saúde mental. Podem levar ao vício e ser um lugar cheio de negatividade.
Definição e características
As redes sociais tóxicas fazem mal porque viciam e fazem-nos sentir mal sem razão. São usadas muito e criam uma necessidade de ver o que os outros fazem. Isto leva muitas vezes a problemas sérios de dependência.
Um estudo mostrou que a maioria dos jovens em Portugal se vê acometido com este problema. Mais de 8 em cada 10 dizem ser viciados. Estes números são piores que a média na Europa, onde 7 em cada 10 têm este problema3.
Comparação com o vício em cigarro
O vício em redes sociais é parecido com o vício em cigarros. Ambos fazem sentir-se bem temporariamente. Isso cria um desejo que se torna difícil de controlar a médio prazo.
O uso constante de redes sociais pode ser prejudicial como fumar. Cerca de 40% dos jovens dizem que a sua saúde mental é afectada por medias sociais3. Isso acontece por sermos expostos a muitas coisas negativas.
Estatísticas de uso excessivo
Os jovens estão a passar muito tempo online, como mostram os factos abaixo:
- Os adolescentes passam em média 7 horas e 22 minutos por dia no telemóvel4.
- Os pré-adolescentes gastam em frente aos écrans, em média, 4 horas e 44 minutos por dia4.
- É logo a partir dos 13 anos, que 90% dos jovens em Portugal começam a usar redes sociais3.
Estes dados mostram que é urgente tomar medidas contra a toxicidade e o vício. Torna-se imprescindível ajudar os mais jovens a usarem as redes sociais de forma mais saudável. É essencial proteger a saúde mental de todos, mas muito especialmente a saúde mental das crianças.
Grupo Etário | Tempo Médio Diário em Redes Sociais | Percentagem de Vício |
---|---|---|
Adolescentes (13-18 anos) | 7 horas e 22 minutos | 86% |
Pré-adolescentes (8-12 anos) | 4 horas e 44 minutos | Dados não disponíveis nas consultas efectuadas |
Média Europeia (Jovens) | Dados não disponíveis nas consultas efectuadas | 78% |
Impacto na Saúde Mental
Os estudiosos sobre este assunto sociais, nomeadamente os sociólogos e até os psicólogos, já há muito tempo que sabem que as redes sociais que influenciam a nossa mente e emoções. Vamos ver de que forma isso acontece.
Ansiedade e depressão
As Redes sociais têm um lado bom e um lado péssimo para a nossa saúde mental. Estudos mostram que quem usa muito essas plataformas pode ficar mais deprimido e ansioso. Isso é ainda pior para os adolescentes5.
O desejo constante por uma vida perfeita online pode aumentar esses problemas. Assim, cria-se um ciclo de ansiedade e de stress.
Muitas pessoas sentem medo de perder algo (FOMO – “Fear Of Missing Out“) ao não estarem ligadas. Isso faz com que olhem muito tempo para as redes. Mas isso traz ainda mais tristeza e sentimento de pressão, o que não é bom para a saúde mental5.
Autoestima e comparação social
A autoestima pode diminuir por causa das redes sociais. Ver sempre vidas perfeitas online pode fazer alguém sentir-se inadequado. Em 2019, o Instagram parou de mostrar o número de “gostos” por causa dessa competição negativa.
O aparecimento de um corpo “ideal” pode levar a distorções sobre o nosso corpo. É importante saber que as fotos das redes sociais são muitas vezes alteradas com photoshop ou com outros recursos ainda mais avançados, recorrendo à Inteligência artificial.
Em abono da verdade, o facto é que essas fotos não mostram a realidade como ela é realmente5.
Isolamento e solidão
Surpreendentemente, as redes sociais podem-nos fazer sentir mais sozinhos. Isso acontece porque faltam as interacções cara-a-cara, no mundo real e não no mundo virtual.
A maior parte do que entendemos nas conversas vem da linguagem e postura gestuais, do corpo e do rosto, e a Internet não mostra isso6.
O também afamado bullying online e discursos de ódio podem piorar o isolamento. Tanto quem ataca como quem é atacado pode ter problemas mentais. A solução está em criar um ambiente online mais gentil, feito por todos6.
O segredo para um uso saudável das redes sociais é o equilíbrio. Isso inclui valorizar momentos longe do ecrã e da Internet.
Muitas pessoas sabem que as redes podem ser más para a saúde mental (65% concorda, segundo estudo). Mas elas também podem ser boas, se usadas com “conta, peso e medida“, bem como se com consciência5.
O Papel da Dopamina no Vício Digital
O vício nas redes sociais cresce e preocupa investigadores. A dopamina, um neurotransmissor chave no nosso cérebro, tem grande influência.
É esta a substância, produzida pelo nosso corpo, que está por detrás da busca por “gostos” e notificações nas redes sociais.
Quando usamos as redes sociais, a dopamina leva-nos a sentir prazer. Isso cria um ciclo semelhante ao vício das drogas. O nosso cérebro começa a procurar mais dessas actividades online para sentir a mesma satisfação.
Cada notificação ou “gosto” nas redes activa a dopamina. Essa resposta química influencia-nos a ir verificar os nossos perfis frequentemente. E Isto é um ciclo que a força do vício e o nosso cérebro não nos deixa interromper.
Estudos mostram que a dependência digital é um grande problema. Até cerca de 10% das pessoas podem mesmo a chegar usar as redes sociais de forma viciante7. No Brasil, por exemplo, mais da metade do dia é gasto ligado à rede8.
Por exemplo, cerca de 80% das pessoas num estudo recente no Brasil comprovaram estar a usar as redes de forma não saudável9.
Quando usamos a Internet em demasia, para assim podermos escapar à realidade do dia-a-dia, acabamos por criar um problema.
Este vício que se vai criando, despoleta comportamentos condenáveis, tais como a irritação quando não podemos usar o telemóvel. É quase como o efeito de algumas drogas7.
Embora a tecnologia faça condição sine-qua-non das nossas vidas modernas, devemos usá-la com cuidado. Estabelecer limites e equilibrar o tempo online com actividades fora da internet é portanto essencial8. Assim, evitamos problemas relacionados com o vício digital.
Entender como a dopamina afecta o vício digital é essencial para prevenir problemas. Se soubermos como a mesma funciona, podemos usar as redes de um jeito bem mais saudável.
Cyberbullying e Assédio Online
O mundo digital trouxe muitas coisas boas, mas também desafios novos. Um desses desafios é o cyberbullying, um tipo de assédio online. Infelizmente, é algo que anda muito ligado aos jovens10.
Formas de cyberbullying
Na Internet, o cyberbullying pode ter várias caras. Muitas vezes, quem é agente activo no cometimento deste crime, costuma ser alguém que cria perfis falsos ou que esconde quem é10. Abaixo estão as formas mais comuns de cyberbullying:
- Envio de mensagens ameaçadoras ou insultuosas
- Publicação de comentários depreciativos nas redes sociais
- Divulgação de informações pessoais sem o consentimento do visado
- Criação de páginas ou grupos para humilhar a vítima
- Exclusão intencional de grupos online
Consequências a longo prazo
As consequências do cyberbullying podem ser muito sérias. Estudos mostram que podem levar à evasão escolar, depressão e até pensamentos suicidas10. Por exemplo, no Brasil, de 2014 a 2019, houve um aumento de 49,6% nos casos de suicídio de jovens11.
Quem sofre com o bullying online pode ficar muito stressado e ansioso. Estes problemas podem levar a outros bem mais sérios, por isso devemos estar atentos, como Pais, como tutores, professores ou simples cidadãos12.
Este tipo de práticas abusivas é especialmente preocupante com os mais novos, principalmente em idades de pré-adolescência e adolescência, simplesmente porque as redes sociais os afectam mais que aos adultos11.
Estratégias de prevenção
Para evitar o cyberbullying, devemos tomar algumas medidas, e podemos começar com estas 5 abaixo listadas:
- Ter regras claras contra o bullying online
- Darmos / termos formação sobre como se comportar no meio digital
- Existirem formas seguras de denúncia
- Falarmos publicamente sobre os perigos dos trolls na web
- Promovermos nos outros media para um uso saudável da Internet
Em Portugal estamos ainda muito desfasados do Brasil neste quesito. Por exemplo no Brasil, aprovou-se uma lei importante muito recentemente, a 14.811/2024. A mesma vem tornar o bullying e cyberbullying crimes, sobretudo contra menores de 18 anos12.
Esta lei é um marco na luta contra o assédio online no Brasil e poderia servir de bussola para fazermos a mesmíssima coisa em Portugal.
A prevenção do cyberbullying precisa do esforço de todos em uníssono. Juntos, podemos fazer a Internet um lugar melhor para todos.
É vital que pais, professores e todos na comunidade se unam. Juntos, podemos proteger os nossos filhos do mal na web e garantir uma Internet mais segura e inclusiva.
Desinformação e Fake News
A desinformação online e as fake news estão a aumentar nas redes sociais. Hoje em dia, a informação está por todo o lado. Mas, nem tudo o que lemos é verdadeiro. As notícias falsas afectam muito a nossa sociedade. Podem mudar o que pensamos e as decisões que tomamos.
As redes sociais são um local onde a mentira encontra espaço para crescer. Cada vez mais pessoas partilham discurso de ódio e notícias sem fundamento científico13. Há também robots e algoritmos que ajudam a disseminar rapidamente essas informações falsas.
Hoje, há tanta informação que pode ser má para a nossa saúde mental. Sentimos-nos cansados, ansiosos e, por vezes, não conseguimos dormir bem por causa daquilo que vemos online14. Cada vez é mais difícil separar a verdade da mentira.
Por isso, saber lidar com a informação online é essencial. Deveria ser um requisito básico para se poder usar a Internet.
É do conhecimento geral, o quanto as fake news têm afectado recentemente a política mundial15. Educar para saber distinguir boas fontes é portanto crucial.
- Verifique sempre as fontes das notícias. Quem escreveu? Esse jornalista tem perfil no Linkedin? Qual o networking que tem?
- É um orgão de comunicação social acreditado? Qual a antiguidade desse site? Aceita de forma proeminente “Guest posts”?
- Se website de publicação de estudos científicos ou pseudo científicos, já pesquisou pela morada fisica mencionada nesse site cientifico?
Já foi ver se essa mesma morada é partilhada com outros sites do género? ou se esses outros sites estão relacionados com disseminação de estudos falsos?
- Questione conteúdos que lhe pareçam sensacionalistas e que estejam cheios de banners publicitários.
- Use ferramentas de verificação de factos, tais como o “Polígrafo” (em Portugal) e sites de pesquisa reversa de fotos.
- Diversifique as suas fontes de informação. É bom ler a mesma noticia com “enviesamento” ideológico dos 2 lados, da esquerda à direita politica.
Um site bom para isto mesmo é o AllSides.com, que mostra a mesma notícia sob diversos prismas.
Para combater a desinformação, todos devemos ajudar. Redes sociais, governos e utilizadores têm de colaborar. Focar na literacia digital e criar melhores ferramentas pode tornar a Internet um lugar mais seguro e verdadeiro.
Redes Sociais Tóxicas e Seus Efeitos nos Jovens
As redes sociais têm um enorme impacto na vida dos jovens em Portugal. Surpreendentemente, 86% dos jovens em Portugal admitem estar viciados nesse tipo de tecnologia. Isso é mais alto do que a média na Europa, que é de 78%. Também é preocupante que 90% destes jovens comecem a usar as redes sociais aos 13 anos1617.
Desenvolvimento cerebral e vulnerabilidade
A fase da adolescência é um momento crucial para o desenvolvimento cerebral. No entanto, o uso excessivo das redes sociais pode prejudicar esse processo.
O mais preocupante é que 80% dos jovens consideram essas plataformas essenciais para eles17. Esta dependência pode prejudicar o desenvolvimento de habilidades sociais importantes.
Pressão social e FOMO
Muitos jovens em Portugal enfrentam o FOMO (medo de estar a perder algo). Para mais de 75%, ver conteúdos sobre “corpos perfeitos e irreais” faz com que queiram mudar seu próprio aspecto17. Essa pressão constante pode ser muito negativa para a sua saúde mental.
- 40% dos jovens sentem um impacto negativo na sua saúde mental devido a conteúdo tóxico online17.
- 25% já viram conteúdos que estimulam o infligir de lesões a si próprios17.
- 45% observaram conteúdos que apelam a padrões restritivos de alimentação ou distúrbios alimentares17.
Impacto no desempenho académico
O uso em demasia das redes sociais pode prejudicar o desempenho escolar. De facto, um estudo do INE (Instituto Nacional de Estatística, em Portugal) em 2014 revelou que 70% dos jovens portugueses com mais de 15 anos usam-nas em demasia, o que prejudica o seu desempenho escolar. Os adolescentes são o grupo com maior dependência da Internet e das redes sociais18.
“As redes sociais têm de mudar para melhorar a vida dos adolescentes.” – 85% dos pais concordam17.
Todos, desde pais a professores, precisam de estar em alerta para estes desvios, e a verdade é que, quase metade dos pais sente-se culpada por não proteger os filhos de conteúdos nocivos16.
Devemos apontar para um equilíbrio, permitindo que os jovens aproveitem as redes sociais sem se prejudicar.
Privacidade e Segurança Online
A privacidade online é um grande tema hoje. Muitos preocupam-se cada vez mais com a segurança, sigilo e privacidade na Internet. Isto é especialmente verdade com o uso de redes sociais.
Os jovens em Portugal enfrentam muitos perigos online. Um outro estudo mostrou que 86% deles viciam-se nas redes sociais19. Isso é mais do que a média europeia, conforme já vimos numa tabela acima que tivemos oportunidade de detalhar.
Usar em demasia demais inclui também ser alvo de exposição a conteúdos que podem atentar contra a privacidade dos dados e segurança online.
Na Internet, há vários perigos. Fala-se em esquemas, fraudes, vírus e vazamento de dados20. As crianças e adolescentes são muito vulneráveis. Também os mais velhos, aqueles que pecam pela iliteracia digital, são também muito afectados.
Para se proteger, é vital seguir práticas de segurança. Aqui estão algumas recomendações:
- Não partilhar detalhes sobre o trabalho ou questões profissionais online
- Proteger informações pessoais e documentos importantes (encriptados ou mesmo fora da rede)
- Evitar falar muito sobre a rotina do dia a dia nas redes sociais (muito do crime digital é feito na base de engenharia social, portanto, quantos menos dados o criminoso tiver sobre nós, melhor para nós)
- Trocar as senhas com frequência, principalmente em e-mails e redes sociais
A protecção dos nossos dados é mais abrangente do que imaginamos. As empresas tecnológicas e de media digital conseguem saber muito sobre nós, até detalhes muito privados21.
Isto faz-nos pensar muito sobre a ética no uso dos nossos dados.
Aliás, é já do conhecimento geral que aqui na redacção do Blixtrombilados.pt somos combativos, no estilo “Pit Bull”, quanto ao excesso de monitorização e abusos das grandes corporações de media digital.
No que toca a este quesito, podemos fazer várias coisas para melhorar a nossa segurança online:
- Configurar cuidadosamente as preferências de privacidade nas nossas redes sociais.
- Não permitir recursos invasivos e desnecessários. Cuidado com as permissões dadas às APPs e sites.
- Rever os perfis públicos e excluir as APPs que não usamos.
- Limpar os cookies do navegador regularmente e , se for caso disso, usar um bloqueador de Publicidade (Ad blocker)
Ainda mais preocupante, é um estudo que indica que 80% dos jovens preferem falar online do que cara a cara19. Isso pode trazer riscos extra e atrapalhar ainda mais o desenvolvimento social.
Os humanos , especialmente os jovens em construção da personalidade, são essencialmente seres sociais e os pedopsiquiatras recomendam que a socialização seja feita nos moldes clássicos.
A segurança digital é nossa responsabilidade. Devemos ser cuidadosos e exigir segurança. Ao mesmo tempo, precisamos de leis que salvaguardem os nossos direitos digitais.
Felizmente a necessidade de preocupação para com a segurança online começou a ser bem difundida. 85% dos pais acham que as redes sociais devem mudar por causa dos adolescentes19.
A protecção de dados tornou-se assim ferramenta fundamental para poder manter a Internet um lugar seguro e positivo para todos.
Estratégias para um Uso Saudável das Redes Sociais
Usar as redes sociais de forma saudável é essencial. Ajuda a evitar os seus efeitos negativos. Aqui estão algumas dicas partilhadas por pessoas na web, e que dizem que os ajudaram a equilibrar a vida offline com a vida online.
Detox digital
“O detox digital ajuda a afastar-me de vez em quando das redes sociais. Eu escolho tempos para ficar sem elas. Isso diminui a minha ansiedade e ajuda-me a dormir melhor“22.
“Enquanto faço esse detox digital, acabo por praticar actividades longe do ecrã. Ler um livro ou passear faz-me bem. Percebo que fico mais produtivo e satisfeito com a vida.“
Configurações de privacidade
“Mudar as configurações de privacidade é muito importante. Eu pus o meu perfil do Instagram, Twitter e TikTok no modo privado. Assim, controlo quem vê o que publico e evito comentários nocivos“23.
“Também ajusto o meu feed no Instagram para ver menos coisas de que não gosto tanto. Isso mantém-me longe de pressões estéticas falsas. Concentro-me em conteúdos positivos e inspiradores“23.
Educação para a literacia digital
“Saber lidar com o mundo digital de forma segura é crucial. Dediquei um tempo para entender os perigos online, como o cyberbullying. Aprendi como me proteger disso tudo“22.
“Sigo apenas o que me inspira nas redes sociais, evitando informações que me deitem abaixo. Também sei reconhecer notícias falsas e tento ajudar a tornar a Internet um lugar melhor“2324.
Lembrem-se, as redes sociais são ferramentas. Cabe a nós usá-las de forma consciente e benéfica para a nossa saúde mental e bem-estar.
O Papel das Empresas de Tecnologia
Nesta era digital, as empresas de tecnologia desempenham um papel vital. São elas que devem criar espaços online seguros e saudáveis. A regulação das redes sociais torna-se portanto essencial, equilibrando inovação e protecção dos utilizadores.
O Instagram tem mais de dois mil milhões de utilizadores activos. Um estudo no Reino Unido descobriu que era a rede social mais tóxica para a saúde mental25. Isto mostra a necessidade urgente de intervenção nas empresas de índole tecnológica.
A ética digital é crucial e algumas estão já bastante cientes disso. O TikTok, por exemplo, entre Julho e Setembro de 2023, eliminou 90,6% dos vídeos ofensivos no espaço de 24 horas26.
Apesar disso, ainda falta muito por fazer. A cada minuto que passa milhares de novos vídeos são colocados online. Muitos deles sem o escrutínio devido.
As empresas devem focar-se:
- Em algoritmos que promovam a ética, sem contudo descurarem as métricas de interacção que são necessárias ao sucesso dos seus negócios digitais. Aqui no Blixtrombilados.pt achamos que tal é possivel. Há técnicas de UX/UI que podem agradar a gregos e a troianos. Basta haver vontade.
- Em medidas para proteger quem é mais vulnerável. É essencial criarem-se mais filtros e ferramentas, tais como a validação das idades através de uma gateway de entidade externa e acreditada, no acto de registo de conta.
- Em tornar transparente o uso de dados. Termos de privacidade e Termos de uso devem ser impressas de forma mais perceptível, num tamanho de fonte bem maior e sem serem “chutados” para o rodapé para o meio de outros textos.
- Na educação para o uso saudável das plataformas. Com tantos spots de publicidade disponíveis para imprimirem Banners, porque não imprimirem campanhas de sensibilização para este tema? Aliás deveria ser um desígnio, uma obrigatoriedade moral e legal de todas as plataformas digitais.
A responsabilidade das empresas não é apenas moderar o conteúdo, que aliás é feito muitas vezes de forma medíocre. O abuso das ferramentas de auto-moderação, feito quase em exclusivo pela comunidade de utilizadores, já provou não ser eficaz.
Estas empresas tecnológicas devem avaliar o impacto a longo prazo das suas plataformas na saúde mental, especialmente dos jovens.
Nunca será tarde para lembrar que, segundo um estudo recente, 41% dos jovens associam as redes sociais a sentimentos negativos, como tristeza e depressão27.
As empresas digitais têm o dever de moldar um futuro onde o bem-estar dos utilizadores seja prioridade. Este é o momento de escolher isso, em vez de se preocuparem apenas com o lucro.
Construir um ambiente digital saudável requer um esforço de todos. Empresas, utilizadores e reguladores têm de ser obrigadas a aceitar este desafio.
As acções das empresas de tecnologia determinarão o que encontraremos no futuro digital em termos de saúde mental, de criminalidade e até de panorama político-económico.
Legislação e Regulamentação das Redes Sociais
A regulamentação das redes sociais é muito importante nos dias de hoje. Dada a sua influência no dia a dia da sociedade (vejamos o caso das eleições americanas – caso Trump – influência da Rússia), precisamos de regras muito mais exigentes.
Diríamos até que essas regras devem ser bem mais penalizadoras para os que as infringem. Devem ser regras que obriguem as redes sociais a promoverem um uso muito mais seguro da Internet.
Medidas actuais
Neste momento, a União Europeia está na vanguarda. Ela criou a E-Commerce Directive, que ajuda à protecção online. Segundo essa lei, as plataformas continuam a não ser responsáveis por tudo que os utilizadores lá colocam, mas pelo menos devem tirar os conteúdos ilegais quando alertadas28.
Não é o ideal, mas é já um caminho que se aponta às grandes tecnológicas.
Em 2017, a Alemanha estabeleceu o Network Enforcement Act (NetzDG). Esse acto é usado como um guia por vários países na Europa.
O mesmo determina que material ilegal deve ser removido em até sete dias. Também faz as plataformas aceitar facilmente notificações sobre contas ilegais e mostra relatórios sobre essas mesmas acções28.
Propostas futuras
A Comissão Europeia quer actualizar as regras com o Digital Services Act (DSA) e o Digital Markets Act (DMA). Estas propostas visam criar um ambiente digital mais seguro. Eles têm o propósito de vir a proteger os direitos de todos que usam a internet28.
Algumas mudanças estão a caminho no NetzDG alemão. As mesmas incluem:
- Mostrar porque um conteúdo foi removido. Identificar a prerrogativa ou as regras que foram incumpridas e que levou à exclusão do conteúdo.
- Dar às pessoas o poder de contestar a remoção. Formulários de reclamação acessíveis facilmente ao utilizador. Interfaces e experiência de utilizador (UX/UI) padronizadas.
- Criar formas de resolver problemas sem recorrer aos tribunais. Maior agilidade no recurso a entidades extra-judiciais para dirimir conflitos, tais como o nosso RAL (Resolução Alternativa de Litígios) existente em Portugal 28
Desafios na implementação
Há barreiras difíceis de superar para fazer a regulamentação das redes sociais funcionar bem. Uma grande luta é fazer com que a educação alcance mais pessoas.
As redes sociais muitas vezes acentuam as nossas diferenças, o que pode levar a mais confusão e radicalização. Enquanto isso, elas vão ganhando dinheiro, muito dinheiro. Isso torna complicado fazer leis que protejam o consumidor, mas que ao mesmo tempo permitam a livre liberdade de opinião.
A Internet não tem fronteiras, o que complica a aplicação das leis locais. Para ir para a frente, precisamos de um esforço amplo, com ajuda de todos, para regular as redes sociais do jeito que achamos certo29.
“As redes sociais são estruturadas, algoritmicamente e conceptualmente, para explorar as fraquezas das pessoas, sendo oportunistas para maximizar o seu uso.”
O momento para esta discussão é tanto mais urgente quanto vemos os jovens a usar redes como o TikTok para procurar conselhos de saúde ou sobre distúrbios de outra espécie, antes mesmo de sequer conversarem com profissionais30.
Conclusão
As redes sociais são muito importantes hoje, mas é essencial saber dos riscos que trazem. Os algoritmos personalizam o que vemos, mostrando mais do que gostamos.
E ali ficamos em rodopio, sentados na nossa micro bolha de realidade. Assim, pode ser difícil ver opiniões diferentes e mudar no que acreditamos31.
É preciso saber usar as redes para não afectar a nossa saúde mental. Usar muito essas plataformas pode causar ansiedade e depressão, sobretudo em jovens32. Por isso, é fundamental ter cuidado e limitar o tempo online, escolhendo bem o que ler e o que ver.
Para se sentir melhor online, algumas acções podem ajudar. Coisas como reduzir o tempo online, fazer um detox digital e ajustar as configurações de privacidade fazem diferença.
Limitar o uso de redes sociais a 30 minutos por dia pode diminuir a depressão e a solidão32. Ensinar sobre tecnologia e promover o uso consciente das redes pode torná-las benéficas, protegendo assim a nossa saúde mental.
FAQ
O que são redes sociais tóxicas?
Redes sociais tóxicas surgem quando usamos muito e de forma compulsiva. Isso afecta a nossa saúde mental, semelhante ao vício em nicotina.
Quais são os riscos do uso excessivo das redes sociais?
O excesso de uso está associado à maior ansiedade e depressão. Também causa menos autoestima, e aumenta o isolamento e solidão, especialmente nos jovens.
Como a dopamina influencia o vício digital?
As redes sociais, com a sua constante “gamificação”, libertam dopamina, trazendo prazer e recompensa. Isso faz as pessoas procurarem sempre por mais e mais, tal como no vício com a nicotina.
Quais são os perigos do cyberbullying e do assédio online?
O cyberbullying e o assédio podem causar problemas sérios. Eles estão ligados a depressão, ansiedade e, em casos graves, a pensamentos suicidas.
Como a desinformação e as fake news afectam as redes sociais?
As fake news confundem a realidade. Elas podem influenciar decisões importantes e causar desconfiança nas instituições, acentuando a polarização social.
Por que os jovens são particularmente vulneráveis aos efeitos nocivos das redes sociais?
Eles são mais vulneráveis por estarem em desenvolvimento. A pressão social e o FOMO contribuem para o uso excessivo das redes sociais, prejudicando a vida escolar e as habilidades sociais.
Quais são os riscos à privacidade e segurança online?
Partilhar muito e sem cautelas, pode levar a problemas como roubo de identidade. É importante ensinar sobre as configurações de privacidade e segurança online.
Como promover um uso saudável das redes sociais?
Fazer detox digital, ajustar as configurações de privacidade e educar para a literacia digital ajudam. Isso pode equilibrar a vida online e offline.
Qual é o papel das empresas de tecnologia na promoção de ambientes online mais saudáveis?
Elas devem criar algoritmos mais éticos e proteger os mais vulneráveis. A transparência sobre os dados é essencial para ambientes online melhores.
Quais são os desafios na regulamentação das redes sociais?
Os desafios incluem a natureza global da internet e a sua rápida iteração e mudança. É preciso leis actualizadas para melhor controle de dados e protecção dos mais jovens e/ou com menos literacia digital.
Links de Fontes
- Os perigos escondidos nos cigarros eletrônicos | Manual de Sobrevivência no século XXI – https://vejario.abril.com.br/coluna/manual-de-sobrevivencia-no-seculo-21/perigos-cigarros-eletronicos
- Disfarces do século XXI – Núcleo de Estudos de Estilo de Vida Saudável – https://www.unifal-mg.edu.br/neevs/tabaco-disfarces-do-seculo-xxi/
- Estudo revela que 86% dos jovens portugueses estão viciados nas redes sociais – https://observador.pt/2023/05/30/estudo-revela-que-86-dos-jovens-portugueses-estao-viciados-nas-redes-sociais/
- Seus filhos têm um relacionamento tóxico com as redes sociais? | Blog da McAfee – https://www.mcafee.com/blogs/pt-br/family-safety/seus-filhos-tem-um-relacionamento-toxico-com-as-redes-sociais//
- entenda o impacto – Cíngulo – https://www.cingulo.com/blog/redes-sociais-e-saude-mental-entenda-o-impacto/
- A internet está tóxica! E isso pode mexer com a nossa saúde mental – https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/a-internet-esta-toxica-e-isso-pode-mexer-com-a-nossa-saude-mental
- Por que as redes sociais viciam tanto? – https://www.portalinsights.com.br/perguntas-frequentes/por-que-as-redes-sociais-viciam-tanto
- Dependência Digital: Descubra se você está em um relacionamento tóxico com as tecnologias – Conteúdo Aberto – https://portalconteudoaberto.com.br/familia/dependencia-digital-descubra-se-voce-esta-em-um-relacionamento-toxico-com-as-tecnologias/
- PDF – https://multivix.edu.br/wp-content/uploads/2022/02/revista-esfera-saude-v06-n02-artigo05.pdf
- Palestra discute cyberbullying, o assédio virtual entre adolescentes e jovens – https://www.umuarama.pr.gov.br/noticias/assistencia-social/palestra-discute-cyberbullying-o-assedio-virtual-entre-adolescentes-e-jovens
- Abusar de redes sociais é prejudicial à saúde mental dos jovens, alertam estudos – https://www.terra.com.br/byte/abusar-de-redes-sociais-e-prejudicial-a-saude-mental-dos-jovens-alertam-estudos,4acd02adc858bb9770e8f1b28b429d26300hxj46.html
- Cyberbullying: Impactos profissionais no mercado de trabalho – Vidalink – https://vidalink.com.br/blog/cyberbullying-impactos-profissionais-no-mercado-de-trabalho/
- Pós-verdade, fake news e outras drogas: vivendo em tempos de informação tóxica – https://revista.ibict.br/fiinf/article/view/5427
- PDF – https://revista.ibict.br/fiinf/article/download/5427/4996/17645
- uma revisão sistemática da literatura – http://www.scielo.org.ar/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1851-96012022000100048
- Nove em cada dez jovens usam redes sociais desde os 13. Pais não sabem o que fazer – https://www.publico.pt/2023/05/30/impar/noticia/nove-dez-jovens-usam-redes-sociais-desde-13-anos-revela-estudo-2051500
- Estudo revela que 86% dos jovens portugueses estão viciados nas redes sociais, 48% dos pais sentem-se culpados por não protegerem os filhos – https://expresso.pt/sociedade/tecnologia/2023-05-30-Estudo-revela-que-86-dos-jovens-portugueses-estao-viciados-nas-redes-sociais-48-dos-pais-sentem-se-culpados-por-nao-protegerem-os-filhos-643d3043
- PDF – https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/42224/1/JessicaPFidalgo.pdf
- Estudo revela que 86% dos jovens portugueses estão viciados nas redes sociais – https://comunidadeculturaearte.com/estudo-revela-que-86-dos-jovens-portugueses-estao-viciados-nas-redes-sociais/
- Por que é importante ter cuidado ao usar a internet? – https://www.portalinsights.com.br/perguntas-frequentes/por-que-e-importante-ter-cuidado-ao-usar-a-internet
- Veja como a falta de privacidade na internet afeta a sua saúde mental e aprenda a se proteger – https://istoe.com.br/veja-como-a-falta-de-privacidade-na-internet-afeta-a-sua-saude-mental-e-aprenda-a-se-proteger/
- Redes Sociais: como usar de forma saudável – https://www.psicologossaopaulo.com.br/blog/redes-sociais-forma-saudavel/
- Como deixar suas redes sociais menos tóxicas – https://www.techtudo.com.br/listas/2022/09/como-deixar-suas-redes-sociais-menos-toxicas.ghtml
- 7 Dicas para ter uma relação saudável com as redes sociais em 2020 | Ferver Comunicação – https://ferver.com.br/7-dicas-para-ter-uma-relacao-saudavel-com-as-redes-sociais-em-2020/
- Uso excessivo das redes sociais pode levar a uma realidade ficcional – https://jornal.usp.br/atualidades/uso-excessivo-das-redes-sociais-pode-levar-a-uma-elaboracao-ficcional-da-realidade/
- Como algoritmos podem transformar a web em ambiente tóxico e violento | Fast Company Brasil – https://fastcompanybrasil.com/tech/como-algoritmos-podem-transformar-a-web-em-ambiente-toxico-e-violento/
- Aprenda a lidar com a toxicidade das redes sociais – Blog IBND – https://www.ibnd.com.br/blog/aprenda-a-lidar-com-a-toxicidade-das-redes-sociais.html
- Regulação de redes sociais: uma perspectiva internacional – https://www.conjur.com.br/2021-jun-15/direito-digital-regulacao-redes-sociais-perspectiva-internacional/
- Redes sociais podem ser ‘reiniciadas’ para ficarem menos tóxicas? – BBC News Brasil – https://www.bbc.com/portuguese/salasocial-58540554
- Coala Saúde – Redes sociais podem estar criando uma cultura tóxica de magreza e dieta em adolescentes – https://coalasaude.com.br/blog/redes-sociais-estao-criando-uma-cultura-toxica-de-magreza-e-dieta-em-adolescentes
- Redes Sociais Tóxicas e o Algoritmo Padrão. – https://futurotopia.com/2020/03/12/redes-sociais-toxicas-e-o-algoritmo-padrao/
- Redes sociais e saúde mental: como lidar com a toxicidade virtual? | lab212 – https://lab212.com.br/redes-sociais-e-saude-mental-como-lidar-com-a-toxicidade-virtual/